Denúncia contra Eduardo Cunha deve ser protocolada nesta quinta (20)

A manhã desta quinta-feira (20) foi de muita expectativa em Brasília. A qualquer momento a Procuradoria-Geral da República deve protocolar no Supremo Tribunal Federal uma denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro. O deputado é acusado de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

A expectativa maior é para saber o que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, conseguiu reunir de provas ou elementos para pedir que Eduardo Cunha responda pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele teria recebido propina de fornecedores da Petrobras.

Um dos delatores da operação Lava Jato, o executivo Julio Camargo, disse que foi pressionado por Eduardo Cunha a pagar US$ 5 milhões pela contratação de dois navios-sonda da empresa. A Procuradoria-Geral da República vai usar como provas requerimentos apresentados na Câmara, que teriam sido usados para pressionar pelo pagamento dessa propina. Esses documentos seriam de autoria do presidente da Câmara, mas foram apresentados pela então deputada Solange Almeida, do PMDB do Rio de Janeiro, aliada de Eduardo Cunha.

Segundo as investigações, com essa propina entregue a Eduardo Cunha foram feitas 60 operações financeiras para lavar dinheiro, com remessas para o exterior e até depósitos para igreja.

Na Câmara, o ambiente é de apreensão. “Você não sabe como ficará o amanhã. Isso pra todos nós é um clima ruim”,diz o deputado Danilo Fortes, do PMDB-CE.

Na agenda de Cunha estava um café da manhã com a bancada feminina, mas como poucas apareceram o café foi transferida paro gabinete da presidência. Nesta reunião, deputados de três partidos – PT, PSB e PSOL – acertaram os termos de um manifesto. O documento vai pedir o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara caso o deputado seja denunciado por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

Nesta quinta-feira (20), Eduardo Cunha não quis falar sobre a possibilidade de denúncia, mas na quarta-feira, afirmou que não deixa o cargo: “Eu não farei afastamento de nenhuma natureza, vou continuar exatamente no exercício pelo qual eu fui eleito pela maioria da casa, absolutamente tranquilo e sereno com relação a isso. Exercerei meu papel de presidente da forma que institucionalmente tenho que exercer. Eu não faço papel de retaliação nem tomo atitude por causa de atitude dos outros”.

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